O Governo do Maranhão, por meio da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), e a VLI, companhia de soluções logísticas integradas que opera ferrovias, portos e terminais, assinaram, nesta quarta-feira (15), um memorando de entendimento para estudos de ampliação da infraestrutura do Porto do Itaqui.
Participaram do evento o governador Carlos Brandão, o CEO interino e diretor de finanças, supply chain e serviços da VLI, Fábio Marchiori, e o presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Gilberto Lins.
“Acompanhamos de perto cada etapa do processo de ampliação dos serviços, investimentos e, acima de tudo, operação da VLI em nosso estado. Para nós, isto significa mais oportunidades de emprego e de geração de renda para o maranhense. Nossa política de trabalho tem sido incentivar ao máximo o potencial produtivo de cada setor de crescimento em todo o estado. Avançamos com mais esta conquista”, comemorou o governador Carlos Brandão.
Os estudos podem concluir pela possibilidade de investimentos em estruturas como: uma pera ferroviária na poligonal do porto; um novo berço para embarque de grãos – além da capacitação de outro berço; e a construção de armazéns, moega e interligações ferroviárias.
O projeto prevê um investimento de R$ 2,5 bilhões e a criação de mais de 2.500 postos de trabalho para os maranhenses.
“O sistema portuário do Maranhão é o caminho natural para a produção do Matopiba [Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia] e estados como Mato Grosso, Tocantins e Goiás, que estão dentro da área de cobertura do Corredor Norte da VLI. Os estudos para ampliação da infraestrutura do Porto do Itaqui reforçam nossa vocação para atender os clientes, o caráter desenvolvimentista da companhia, que é parceira do incremento da produção regional e do fortalecimento da pauta de exportações do Brasil”, afirma Fábio Marchiori.
Para Gilberto Lins, presidente da Emap, responsável pelo Porto do Itaqui, “o investimento em questão só reforça a grandeza de nosso equipamento e, principalmente, sua importância como hub logístico nacional. Além disso, demonstra a confiança de grandes empresas na forma como estamos conduzindo o maior porto do Norte/Nordeste”.
Após a assinatura, VLI e Emap trabalharão conjuntamente para atestar a viabilidade das obras, em um processo que deve ser concluído em até 180 dias. Uma vez definida a continuidade do projeto, as obras devem ser iniciadas em 2025. A capacidade a ser ampliada, condições operacionais e outros itens serão analisados na fase de estudos.
A VLI já opera atualmente no Porto do Itaqui, por meio do berço 105, onde a companhia movimenta cargas como grãos (soja e milho), farelo de soja, ferro gusa e fertilizantes.
Pera ferroviária: carga e descarga mais eficientes
A pera ferroviária é uma obra de engenharia que torna mais ágil a formação de composições para transporte de carga e está presente em todos os terminais integradores de transbordo rodoferroviário da VLI e no Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), porto localizado na Baixada Santista.
O sistema proporciona ganho de performance, eliminando a necessidade de vários pontos de carregamento ou descarregamento. Para efeito de comparação, em Araguari (MG), onde a companhia possui um terminal interligado à Ferrovia Centro-Atlântica, o tempo de carregamento de composições com 80 vagões passou de mais de 64 horas para apenas cinco horas, após a implantação da pera.
Investimentos e resultados
Os resultados da VLI do Corredor Norte, que liga Porto Nacional (TO) ao sistema portuário do Maranhão por meio da concessão da VLI do tramo norte da Ferrovia Norte-Sul e da Estrada de Ferro Carajás, onde a companhia opera por direito de passagem, atestam o crescimento da produção regional.
De 2013 a 2023, o transporte ferroviário da companhia no corredor cresceu mais de 300%, passando de 3,5 bilhões de TKU (toneladas por quilômetro útil) para 14,4 bilhões de TKU. Além do aumento de volumes, a VLI estimula o desenvolvimento de novos fluxos de carga na região.
Em 2023, por exemplo, a companhia inaugurou um fluxo de retorno de fertilizantes que sai do Porto do Itaqui, em direção ao Terminal Integrador de Palmeirante (TO), para distribuição local.
Para viabilizar este novo fluxo, que tem capacidade inicial estimada de 1,5 milhão de toneladas por ano, a VLI investiu cerca de R$ 400 milhões, em parceria com a Companhia Operadora Portuária do Itaqui (Copi).
Também no último ano, a VLI investiu para aumentar sua capacidade de transporte de carga na região, com a aquisição de 168 vagões e três locomotivas, em um negócio de valor aproximado de R$ 200 milhões. Os vagões já estão em operação no Corredor Norte, atuando no transporte da safra atual de grãos.
Além da ferrovia e investimentos em capacidade de transporte, a VLI mantém no Corredor Norte três terminais integradores estrategicamente posicionados em Porto Nacional e Palmeirante, no Tocantins, e Porto Franco, no Maranhão. Além de realizarem o transbordo da carga de caminhões para a ferrovia, estes locais também auxiliam os produtores ao proporcionar capacidade de armazenagem.
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