– Rua dos “Afogados”
Não é piada pronta! A explicação para o título desse post é devido ao nome da rua onde fica localizada a sede do PDT: Rua dos Afogados, no Centro de São Luís. O “apelido” da rua retrata fielmente a situação atual do partido. O evento desta sexta-feira (18) intitulado “noite das filiações” serviu para mostrar ainda mais a fragilidade e o esvaziamento que se encontra a pré-candidatura do senador Weverton ao Palácio dos Leões.
– Filiados fantasmas
Durante seu pronunciamento, Weverton gritou para os quatro cantos que o partido estava filiando 400 novos integrantes. Ocorre que somando todos os presentes no eventos, não somou 400 pessoas.
– Fufuca sozinho vence Weverton
Aliás, se levarmos em comparação o evento do PDT desta noite e o do PP liderado pelo deputado federal André Fufuca realizado ontem (17) no Villa Reale Buffet em São Luís, o pogressista sozinho levou mais povo e mais liderança que toda a pré-campanha de Weverton.
– Othelino ausente pela terceira vez
O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado estadual Othelino Neto, mais uma vez faltou ao evento de Weverton. Com esta, é a terceira falta consecutiva do parlamentar nos eventos do PDT. A primeira foi final de semana passada em Pinheiro, a segunda no café da manhã desta semana e a derradeira nesta “noite das filiações”.
– E tome ausências
Outra que não deu “as caras” por lá foi a Senadora Eliziane Gama e o seu marido, Inácio Melo [recém-filiado ao partido que abandonou a sigla e já filou no PSDB]. Muito sentida também foram as ausências dos deputados federais Gil Cutrim e Cléber Verde.
– Weverton tentou levar Braide
A grande surpresa da noite preparada pelo PDT era a presença e filiação do prefeito de São Luís Eduardo Braide no PDT. Muitos pedetistas até comemoravam a chegada do prefeito da capital no partido e a consequente declaração de apoio em favor de Weverton, mas o prefeito não apareceu.
– E quem disse que WR estará no 2º turno?
Durante seu raivoso pronunciamento, o senador Weverton disse que já espera o vice-governador Carlos Brandão no segundo turno das eleições deste ano: “Vai chegar a hora que vai ser só eu e ele frente a frente”, (sic) disse. Oras, e quem disse que será o pedetista que irá disputar o segundo turno contra o candidato apoiado por Flávio Dino? De onde Rocha tirou tanta certeza?
– Surto ou desespero?
Em um momento de surto e/ou desespero, Weverton chegou a se apossar dos programas do governo Flávio Dino e ao cúmulo de afirmar que as ações são executadas pelo PDT. O senador “vomitou” que o programa Escola Digna e os Restaurantes Populares – bem avaliadas pela população maranhense – são fruto do seu partido. Quem loucura minha gente!!!
– Sem lista de prefeitos
Mais uma vez o pedetista insistiu em afirmar que o evento na rua dos “Afogados” concentrou 50 prefeitos. O que é uma tremenda mentira. Na verdade, o ato político concentrou apenas 19 chefe de executivos municipais. Tanto, que o partido fez questão de não emitir a lista de prefeitos presentes, como sempre fazia.
– Ponto alto
O ápice do evento pedetista foi a filiação da deputada estadual Thaysa Hortegal no PDT. A médica foi levada pelo prefeito de Pinheiro Luciano Genésio. Aliás, o gestor pinheirense que ficou um mês afastado da prefeitura por decisão da justiça acusado de desvio de recursos da Saúde e Educação, reatou o casamento com a “ex-mulher atual” e deixou a outra de “resguardo”.
– Família Genésio atenuou fracasso
Não fosse a filiação dos membros da família Genésio [leia-se Thaysa e Lucyana], o evento organizado hoje pelo PDT seria um fracasso ainda mais retumbante. Faltando poucos dias para o fim da janela partidária é visível o enfraquecimento do PDT, que caminha para uma diminuição no Maranhão caso a pré-candidatura do foguete não decole.
– “Não desanime”
O ponto alto da filiação do ex-comunista Jefferson Portela foi a exposição de que o clima na campanha de Weverton não é dos mais otimistas. Em sua fala, o ex-secretário de Dino foi enfático ao se dirigir para o senador: “não desanime”.
– Refiliação?
Sem nomes para filiar no partido, a pré-campanha de Weverton inventou uma nova modalidade: a refiliação. E um dos nomes escolhidos foi emblemático. O controverso Rubem Brito, ex-presidente da Caema no governo Jackson Lago.
– Lagos com Brandão são lembrados
Ao contar sua história ao lado de Jackson Lago, Weverton lembrou da primeira-dama Clay Lago, como a responsável por fazer a ligação de convite, em 2006, para o senador assumir a pasta da Juventude no governo pedetista. Na semana passada, Clay declarou que votará em Brandão para o governo do Estado.
– All in
Em seu discurso, Weverton deu o que se chama nos jogos de “all in”, que significa apostar tudo o que se tem. Em tom duro contra ex-aliados, o senador fecha as portas para o futuro pela postura raivosa. Estratégia que pode, em caso de derrota, colocar em risco seus próximos passos na política.
– Discurso esquizofrênico
Além de duro com os agora adversários, o discurso de Weverton parece ter sido forjado por alguma mente esquizofrênica, sobretudo quando o assunto é sua postura parlamentar em Brasília. Conhecido como o mais centrista dos senadores da “esquerda”, hoje ele parece ter esquecido da sua atuação, principalmente no que diz respeito aos bastidores da política. Quem recebe o filho de Boslonaro em sua mansão em Barreirinhas não pode cobrar “esquerdismo” de ninguém.
– Discurso esquizofrênico 2
Weverton ancorou parte do seu discurso no combate à pobreza no Maranhão. De forma indireta, ele critica o atual governo neste viés. Mas não lembrava seus partidários que coube a eles, Neto Evangelista e Márcio Honaiser, cuidar da área da assistência social na gestão Dino. O senador, claro, só lembrou disso quando foi para falar do exitoso programa de expansão dos restaurantes populares.
– Discurso esquizofrênico 3
Ainda durante o seu raivoso discurso, Weverton atribuiu a Brizola a seguinte expressão: “a política adora traição, mas abomina traidores”. Não se sabe dirigido a quem ele cunhou a frase. Mas a carapuça serviu a ele próprio, que traiu o governador Flávio Dino nas eleições municipais de 2020 quando optou por Braide em detrimento de Duarte Júnior. Estranho é o criador do “deserte-se” agora reclamar de traição. Mais um sintoma do discurso esquizofrênico.
Do Domingos Costa
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